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Agronegócio brasileiro ainda está ‘aquecendo os pneus’, especialista afirma.

Foto do escritor: Redação Dc NewsRedação Dc News

Paulo Herrmann, consultor e ex-CEO da John Deere no Brasil — uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo —, disse que o grande passo do agronegócio brasileiro ainda está por vir. De acordo com o especialista, o país tem potencial para dar um salto de produtividade.




“Em linguagem de Fórmula 1, tudo o que nós fizemos até hoje no agronegócio brasileiro equivale tão somente à volta de aquecimento dos pneus”, disse Herrmann, em entrevista ao canal Notícias Agrícolas. “O grande passo do agro ainda está por vir.”

Fatores para a expansão

Herrmann explica que esse avanço ocorre de duas formas. “Uma é o rejuvenescimento que está acontecendo”, comenta. “A idade média dos nossos agricultores é menor do que em qualquer outra parte do mundo. Para ter uma ideia, a idade média do agricultor brasileiro é 45 anos, contra 58 nos Estados Unidos e 62 na Europa. Quando se fala em digitalização, em mundo digital, em cabeça é digital, isso faz uma enorme diferença.”

A segunda, disse o executivo, é o êxodo rural reverso que ocorreu durante a pandemia. “Quando os filhos voltaram para casa trazendo essa mentalidade digital, houve também o investimento maciço em tecnologia”, descreveu.

O jovem presente no campo com a possibilidade de fazer uso mais intensivo da terra é a chave para esse resultado, de acordo com Herrmann. Parte da terra fica ociosa no Centro-Oeste por cinco meses, o que pode ser mudado aumentando o acesso à água nesse período, comentou.

Novos recordes de produção

O ganho de eficiência faria a produção nacional atingir 400 milhões de toneladas de grãos por ano antes de 2030. Além disso, com as melhorias implantadas no campo, o agronegócio brasileiro pode alcançar um rebanho de 300 milhões de cabeças de gado.

Na safra de 2023, o Brasil deve colher 300 milhões de toneladas de grãos. Conforme as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento, a quantia já seria recorde. Quanto ao rebanho brasileiro, o órgão estima quase 220 milhões de cabeças de gado no país atualmente.

“Nós estamos em um momento de inflexão: jovens no campo, alta tecnologia, potencial para usar o campo por mais cinco ou seis meses, sol disponível e a água que nós temos”, afirmou o especialista. “Esse é o agro dos 400 milhões de toneladas de grãos e 300 milhões de cabeças de gado

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