
Após Lula desistir do debate, emissora realizou entrevista com o chefe do Executivo. O petista foi chamado de “fujão” pelo Presidente
O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, neste domingo (23), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não anunciar quem seria seu ministro da Economia. A declaração foi proferida na sabatina realizada pela TV Record. Com a ausência de Lula no debate, que escolheu não comparecer ao evento, a emissora realizou uma entrevista com o chefe do Executivo. “Ele não gosta de mercado, não é ligado à economia, haja vista que até o momento não sinalizou sequer quem será seu ministro”, disse Bolsonaro. Ele também chamou o ex-presidente de “fujão”, “mandão” e “gastão”. Ainda falando sobre economia, Bolsonaro disse que um novo governo do petista “quebraria” o país. “Se o PT voltar a administrar o país, vai quebrar tudo aqui no Brasil. Obviamente, os fundos de pensão, o dinheiro que arrecadamos para pagar você, aposentado rural, do INSS, civil e militar”, disse Bolsonaro E acrescentou: "Ele [Lula] nomeou para os respectivos fundos de pensão pessoas que na verdade eram bandidas. Ao longo dos governos Lula e Dilma saquearam os fundos e as pessoas estavam ameaçada a não ter aposentadoria." Roberto Jefferson Bolsonaro também repudiou as atitudes de Roberto Jefferson ao receber a Polícia Federal, neste domingo, em sua residência. O presidente do PTB atirou contra agentes que tentaram prendê-lo. A prisão foi autorizada depois que Roberto Jefferson xingou a ministra Cármen Lúcia, do STF. “Nós não passamos pano para ninguém, diferentemente do Lula, que, quando Roberto Jefferson delatou o Mensalão e o José Dirceu, Lula passou pano para tudo isso”, disse. “O tratamento para pessoas que são corruptas ou agem dessa maneira como Roberto Jefferson agiu, o tratamento que será dispensado pelo governo Jair Bolsonaro é o tratamento de bandido”, declarou. "Nós somos vítimas do crime de ódio dessas pessoas e não ao contrário como o fujão deixa transparecer e me ataca de forma caluniosa", emendou o presidente. A declaração faz referência aos ataques que sua filha Laura Bolsonaro sofreu da jornalista Barbara Gancia – que chamou a menina de 12 anos de prostituta. Redução da maioridade penal Questionado sobre a redução da maioridade penal, Bolsonaro voltou a defender a iniciativa. Pela proposta do presidente, jovens de 16 e 17 anos poderão ser julgados de forma comum quando cometerem crimes hediondos. Qualquer mudança do tipo, no entanto, depende de aprovação de lei pelo Congresso Nacional. Junto ao plano, Bolsonaro defendeu a redução da idade mínima para ter o direito de dirigir. Segundo o presidente, a concessão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) seria uma espécie de "recompensa" para jovens que têm bom comportamento. A proposta também depende de aprovação de parlamentares. "Vamos botar na cadeia quem tem que botar, quem comete esses crimes, em especial crimes hediondos, e quem é bom garoto que tenha sua recompensa com a Carteira Nacional de Habilitação. [...] A ideia é [reduzir a maioridade penal para] crimes hediondos para a gente não generalizar essa questão. Furto de celular não entraria nisso. Mas o roubo, o latrocínio, entraria. O latrocínio é crime hediondo. Então não é que essa minoria pode continuar furtando celular por aí", disse. PIX Indagado sobre como evitar os golpes envolvendo PIX, Bolsonaro afirmou que o Banco Central está trabalhando para melhorar os sistemas de identificação. “Conversei hoje com o Banco Central sobre esse assunto para me preparar para a possibilidade dessa pergunta. Obviamente, o PIX, o cara não bota a mão no dinheiro, ele sequestra a pessoa e a pessoa faz a transferência para uma conta. Então vai para uma conta. Só que essa conta geralmente é uma conta laranja, ou de aluguel. Então o Banco Central vai desenvolver um sistema para que todo mundo seja identificado.”, disse o presidente. Campanha O chefe do Executivo também foi questionado sobre o clima da campanha nesse segundo turno das eleições e se faria um compromisso de não atacar Lula na TV. “Não há nenhum ataque meu ao outro candidato. As inserções que nós colocamos nas televisões é, em grande parte, vídeos do próprio Lula, ele falando, por exemplo, que a questão do aborto é questão de saúde pública. Quando nós o chamamos de "descondenado", é verdade. Quando nós falamos que ele foi condenado, que foi chefe de uma organização criminosa, isso é verdade. Quando o partido dele apoia ideologia de gênero, é verdade. Nós não mentimos. Nós não precisamos mentir para mostrar o caráter do fujão, é só falar a verdade.”, disse Bolsonaro. Política Externa Sendo um assunto pouco debatido na campanha, o presidente foi indagado sobre a condução da agenda internacional num segundo mandato. Em reposta, Bolsonaro ressaltou o papel do Brasil na garantida da segurança alimentar e alfinetou os países que o criticavam devido às queimadas na Amazônia. “Agora, com a crise de alimentos da Ucrânia por causa da guerra, a Europa já vê mais que uma sombra, mais que um fantasma, vê algo de concreto no tocante ao desabastecimento em muitos países da Europa. Vão se socorrer do Brasil. E o Brasil está se preparando para aumentar ainda mais a sua produtividade sem tocar na região Amazônica. Ou seja, aqueles países que tanto nos criticam podem ter a vida da sua população salva por nós, pelo nosso agronegócio.”, disse.
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