
Em discurso perante a Câmara dos Deputados da Itália nesta terça-feira, 25, a nova primeira-ministra italiana, a conservadora Giorgia Meloni, reafirmou que seu governo será democrático e que não fará qualquer movimento de retirada do país da União Europeia, bloco do qual é um dos fundadores.
Líder do partido de direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), o grande vencedor das eleições de setembro, Giorgia terá maioria no Parlamento e poderá, segundo analistas, governar com certa estabilidade. Os governos dos primeiros-ministros italianos não têm durado muito.
Nesta terça, no Parlamento, a primeira-ministra reafirmou que adotará medidas contra a imigração ilegal e tráfico de seres humanos, que “lutará contra qualquer forma de racismo, antissemitismo, violência política e discriminação” e que “não se desviará um centímetro” dos valores democráticos”.
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A favor da Ucrânia, no conflito com a Rússia, e pró-União Europeia, Giorgia disse que a Itália é “parte integral da Europa e do mundo ocidental”, assegurando que a atitude italiana não será de “abrandar e sabotar a integração europeia”, mas de fazer funcionar melhor a máquina comunitária.
“Nós, para ser claro, não concebemos a União Europeia como um círculo de elite ou, pior, como uma sociedade anônima, com a única tarefa de manter as contas em ordem. Para nós, a União Europeia é a casa comum dos povos da Europa e, como tal, deve ser capaz de enfrentar os grandes desafios do nosso tempo, começando pelos que os Estados-Membros dificilmente podem enfrentar sozinhos”, declarou.
Sobre a invasão da Ucrânia, disse aos deputados que “ceder à chantagem energética de Putin não resolveria o problema, só o tornaria pior, abrindo caminho para novas reivindicações e chantagens e aumentos futuros do preço da energia”.
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No discurso, Giorgia também criticou com veemência a máfia, prometendo uma linha “inflexível” com os criminosos. “Vamos enfrentar o câncer da máfia com nossas cabeças erguidas. Deste governo os criminosos e os mafiosos terão apenas desprezo e inflexibilidade.” E reafirmou que pretende “frear as saídas ilegais” de migrantes da África para a Itália. “Este governo quer travar as saídas ilegais (de África) e acabar com o tráfico de seres humanos no Mediterrâneo”, declarou.
Giorgia também disse aos deputados que jamais teve “simpatia ou proximidade com regimes antidemocráticos”. “Por nenhum regime, incluindo o fascismo.” A imprensa internacional tenta relacionar a nova primeira-ministra com o fascismo porque seu partido foi formado também por integrantes de outro partido, ao qual eram filiados integrantes do regime fascista de Benito Mussolini. E também por que na juventude manifestou certa simpatia com Mussolini, posição que reviu posteriormente.
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