Moraes autoriza operação da PF contra empresários que teriam defendido golpe em mensagens
- Redação Dc News
- 23 de ago. de 2022
- 3 min de leitura

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a realizar uma operação contra oito empresários que supostamente teriam defendido um golpe de Estado em conversas em um grupo de mensagens, no caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro. Mandados de busca e apreensão são cumpridos pela PF na manhã desta terça-feira (23) em cinco estados. Os empresários são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL.
Além dos mandados de busca e apreensão, Moraes também teria autorizado que os empresários sejam ouvidos pela Polícia Federal. Em nota, a PF informou que cumpre na manhã desta terça-feira (23/8) oito mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. As ações ocorrem no âmbito de inquérito policial em tramitação no STF.
Entre os alvos da Polícia Federal estão:
Afrânio Barreira Filho, do grupo Coco Bambu;
Ivan Wrobel, da construtora W3;
José Isaac Peres, da Multiplan;
José Koury, do Barra World Shopping;
Luciano Hang, das lojas Havan;
Luiz André Tissot, do grupo Sierra
Marco Aurélio Raymundo; das lojas Mormaii;
Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa
Notícia-crime
A decisão do ministro Moraes foi com base na notícia-crime apresentada, na última quinta-feira (18/8), por entidades que fazem parte da Coalização em Defesa do Sistema Eleitoral, solicitando que os empresários sejam incluídos no inquérito das milícias digitais.
A notícia-crime apresenta pedidos de quebra de sigilo telefônico e telemático dos empresários, e para que seja verificado se eles têm algum tipo de participação na preparação e financiamento dos atos de 7 de Setembro.
O pedido enviado ao Supremo foi assinado pela Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia (ABJD), Associação de Juízes para a Democracia (AJD), Associação Americana de Juristas (AAJ-RAMA Brasil), Instituto de Pesquisas e Estudos Avançados da Magistratura e Ministério Público do Trabalho (Ipeatra) e Comissão Justiça e Paz de Brasília (CJP-DF).
Defesa dos empresários
Em nota divulgada à imprensa, o empresário Luciano Hang informou que foi abordado pela Polícia Federal, às 6h da manhã, nesta terça-feira, e teve o seu celular apreendido. Hang disse que "está ao lado da verdade e com a consciência limpa". "Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros", explica.
"Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil", destaca Hang.
Segundo os advogados do empresário Ivan Wrobel, a matéria divulgada pelo portal Metrópoles que teve acesso a mensagens do grupo "fabricou um contexto em algumas frases acusando-o falsamente de defender uma ruptura institucional no país". Para a defesa do empresário, a informação "trata-se de uma evidente fake news."
Em relação a apreensão da PF, os advogados informaram que Ivan está tranquilo por ter um histórico de vida completamente ligado à liberdade. "Em 1968 foi convidado a se retirar do IME por ser contrário ao AI5. Nada na vida dele pode fazer crer que o posicionamento daquele momento tenha mudado. Colaboraremos com o que for preciso para demonstrar que as acusações contra ele não condizem com a realidade dos fatos", disse a defesa de Ivan.
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