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Lições Extraídas dos Desafios da Petrobrás: A Ciclicidade da Política de Preços e os Erros Repetidos

Foto do escritor: Luiz MarceloLuiz Marcelo

Atualizado: 31 de ago. de 2023


Luiz Marcelo Cabral

Prof. da UFPB Contabilidade e Direito



Nos anos de 2014 a 2016 (Era Dilma), a Petrobrás, gigante estatal brasileira do setor de energia, enfrentou uma série de desafios que tiveram repercussões significativas em seu desempenho financeiro. Esses anos se tornaram um período crítico para a empresa, marcado por prejuízos bilionários e decisões estratégicas que resultaram em consequências adversas.

Uma das principais causas do prejuízo substancial da Petrobrás durante esse período foi a falta de sincronia entre sua política de preços e o mercado internacional do petróleo.


A companhia não conseguiu acompanhar as flutuações dos preços do petróleo no cenário global, o que gerou uma desconexão entre seus custos de produção e as receitas obtidas pela venda de combustíveis. Essa falta de alinhamento se traduziu em perdas substanciais e impactou diretamente os resultados financeiros da empresa.


Além disso, a aquisição da refinaria de Pasadena nos Estados Unidos se destacou como um episódio que trouxe prejuízos significativos. A Petrobrás adquiriu essa refinaria por um valor considerável, sem pleno conhecimento das condições e implicações do negócio. O resultado foi uma perda de quase 1 bilhão de dólares, um ônus que recaiu sobre a empresa e trouxe à tona questões sobre a eficácia de suas decisões de investimento.


Em 2017, sob o governo de Michel Temer, a Petrobrás implementou uma correção em sua política de preços, aproximando-a das variações internacionais do petróleo. Essa reformulação contribuiu para a reestruturação financeira da empresa, permitindo que ela se adaptasse mais eficazmente às flutuações do mercado global.


Os anos seguintes, de 2019 a 2022, testemunharam uma mudança de cenário para a Petrobrás. A reestruturação de sua política de preços, combinada com uma gestão mais criteriosa e uma maior consideração das tendências internacionais, resultou em um período de lucros.


Entretanto, a recente mudança na política de preços pelo atual governo, que se distancia da abordagem de alinhamento com os preços internacionais, levanta preocupações familiares. Ao retornar a uma política que não acompanha o mercado internacional, por falta de estratégia, o atual governo comete os mesmos erros da Era Dilma, cedendo ao populismo e ao falseamento dos preços. Essa abordagem pode aumentar, no futuro, os tributos, ainda mais, bem como o preço da gasolina, impactando os consumidores e gerando distorções econômicas.

É importante observar que a falta de estratégia do atual governo ao repetir os erros do passado é motivo de preocupação. Ao ceder à tentação do populismo, alterando o preço dos combustíveis sem acompanhar a variação da política de preços internacional, a política de preços pode prejudicar a saúde financeira da Petrobrás e minar sua capacidade de competir de maneira eficaz no cenário global.


A trajetória da Petrobrás, marcada por sucessos e erros, destaca a importância de uma gestão sólida e informada, especialmente em um setor tão volátil quanto o energético. As lições extraídas dessas experiências são valiosas para as empresas e organizações, reforçando a necessidade de manter uma abordagem estratégica, alinhada às dinâmicas globais e com foco na sustentabilidade financeira a longo prazo.


Em última análise, o cenário atual reforça a ideia de que a repetição dos erros do passado, em nome do populismo, pode ter repercussões significativamente negativas. A adaptação, a aprendizagem contínua e a tomada de decisões informadas são fundamentais para evitar o ciclo de erros que podem minar os esforços em direção a um futuro mais estável e próspero.

 
 
 

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